José, exemplo de
fidelidade ao chamado de Deus.
Ó vigilantíssimo
guarda, familiar íntimo do Filho de Deus encarnado, glorioso São José, quando
penastes para alimentar e servir o Filho do Altíssimo, particularmente na fuga
que com ele tivestes de fazer para o Egito. Mas qual não foi também a vossa
alegria, tendo sempre convosco, a confortadora presença de Jesus e de Maria.
Por esta vossa dor e
por esta vossa alegria, obtendo-nos que, superando os perigos do mundo e as
insídias do demônio, unidos a Jesus e a Maria, consagremos nossa vida ao
serviço de Deus e do próximo.
Dores e Alegrias de São José
5ª Dor e Alegria: A Fuga para o Egito
O
contexto: a prontidão de São José salva Jesus e Maria da perseguição de Herodes.
(Mt 2,13-15)
A narração da fuga e
permanência da família de Nazaré no Egito é descrita pelo evangelista Mateus.
Ele conta que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-se toma o Menino e sua Mãe e foge
para o Egito e fica lá até que eu te avise, porque Herodes está procurando o
Menino para o matar”. José,
obedecendo ao comunicado do anjo, levantou-se apressadamente durante a noite,
tomou o Menino e sua Mãe, e partiu para o Egito, e ali permaneceu até que
Herodes morresse.
Esta ordem Divina foi
imediatamente executada por José, pois foi a ele, como chefe legítimo e natural
e defensor da Sagrada Família, que o anjo apareceu e comunicou o destino do
Egito como meta temporária do exílio, até a morte de Herodes. Foi nesse país,
escolhido pela Providência, que passaram a viver por algum tempo, alojados
provavelmente em um dos bairros hebreus situados numa das cidades próximas à
fronteira oriental. Ali os hebreus podiam encontrar auxílio e conforto junto
aos compatriotas que viviam naquele país, famoso por suas tradições, suas cidades
com monumentos imponentes e seus centros culturais e comerciais.
Não era fácil para um
estrangeiro viver no Egito, sobretudo para um hebreu que adorava um só Deus,
pois a religião Javista excluía todo e qualquer politeísmo. No ambiente
egípcio, entretanto, assim como em todo o Oriente, praticava-se o culto ao
imperador e o número de ídolos era
bastante elevado e, além do mais existia um vasto domínio de magia e de
superstições.
A
EXPERIÊNCIA DE JOSÉ.
Toda a santidade de
José está no fato de ter-se colocado totalmente à disposição do plano da
encarnação. “Com toda a liberdade e com plena consciência, aceitou consagrar
sua vida à do Verbo Encarnado e, por isso, se dispôs a todas as renúncias que
esta situação especialíssima dele exigia”. Aceitou tornar-se responsável por
Jesus e Maria sem colocar nenhuma condição; ao contrário, empenhou toda a sua
liberdade, sua vocação humana e sua felicidade conjugal por esta causa.
José soube também
enfrentar as dificuldades inerentes à luta para a sobrevivência e à busca de
uma vida digna, mesmo em situações tão adversas, para si e principalmente para
Jesus e para Maria, sem deixar que pensamentos ou sentimentos derrotistas ou de
ódio tomassem conta de sua vida.
A
EXPERIÊNCIA DE JOSÉ CONTINUA NOS DIAS DE HOJE
Também nos dias de hoje
muitos são obrigados a deixar sua terra natal, ou o ambiente atual, e partir
para terras distantes, para proteger sua vida ou de sai família. Contam-se aos
milhões os refugiados migrantes por causa de perseguição religiosa.
No contexto desta 5ª.
Dor e Alegria de São José, ouçamos o Papa Francisco:
“Neste nosso tempo, os fluxos
migratórios aparecem em contínuo aumento por toda a extensão do planeta. Com
frequência sempre maior, as vítimas da violência e da pobreza, abandonando as
suas terras de origem, sofrem o ultraje dos traficantes de pessoas humanas na
viagem rumo ao sonho dum futuro melhor. Se, entretanto, sobrevivem aos abusos e
às adversidades, devem enfrentar realidades onde se aninham suspeitas e medos.
Enfim, não raramente, embatem na falta de normativas claras e praticáveis que
regulem a recepção e prevejam itinerários de integração a breve e a longo
prazo, atendendo aos direitos e deveres de todos. Hoje, mais do que no passado,
o Evangelho da misericórdia sacode as consciências, impede que nos habituemos
ao sofrimento do outro e indica caminhos de resposta que se radicam nas
virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade, concretizando-se nas
obras de misericórdia espiritual e corporal”.
E NOS
CONVIDA A CUIDARMOS DOS INTERESSES DE JESUS.
José, no exercício de
sua vocação, torna-se para todos nós uma luz que reflete seus raios benéficos e
ilumina toda a nossa vida. Seu exemplo de disponibilidade ao plano de Deus
chama nossa atenção para tudo aquilo que Deus espera de cada um de nós,
particularmente para a correspondência fiel e generosa à nossa vocação, seja
ela qual for.
O exemplo de São José
proporciona-nos uma espiritualidade acessível e possível, porque supõe a
grandeza da vida diária enquanto tal, no que ela tem de comum, no exercício
constante das diversas virtudes assim como ela as viveu. A opção pelos
interesses de Jesus deve ser para cada um de nós um propósito firme e que
conduz à perseverança, mesmo que em meio às adversidades.
A opção pelos
interesses de Jesus deve levar-nos, também, a acolher Jesus na pessoa do Irmão
que sofre. No contexto desta 5ª. Dor e Alegria de São José, ouçamos o Papa
Francisco, que nos convida a colher os emigrantes e refugiados:
“Os emigrantes são nossos irmãos e irmãs que procuram uma vida melhor
longe da pobreza, da fome, da exploração e da injusta distribuição dos recursos
do planeta, que deveriam ser divididos equitativamente entre todos. Porventura
não é desejo de cada um melhorar as próprias condições de vida e obter um
honesto e legítimo bem-estar que possa partilhar com os seus entes queridos?”
“Queridos irmãos e irmãs emigrantes e refugiados! Na raiz do Evangelho
da misericórdia, o encontro e a recepção do outro entrelaçam-se com o encontro
e a recepção de Deus: acolher o outro é acolher a Deus em pessoa! Não deixeis
que vos roubem a esperança e a alegria de viver que brotam da experiência da
misericórdia de Deus, que se manifesta nas pessoas que encontrais ao longo dos
vossos caminhos! Confio-vos à Virgem Maria, Mãe dos emigrantes e dos
refugiados, e a São José, que viveram a amargura da emigração no Egito. À
intercessão deles, confio também aqueles que dedicam energias, tempo e recursos
ao cuidado, tanto pastoral como social, das migrações”.
Os
desafios são grandes. Tenhamos sérias atitudes como resposta e tenhamos a
convicção de que Ele caminha conosco: “Indica-nos, ó José, o caminho,
sustenta-nos a cada passo, e conduze-nos para onde a Divina Providência quer
que cheguemos”.