Foi-lhe dado o de
Jesus, conforme o anjo confidenciou a José.
Ó
obedientíssimo executor das leis divinas, glorioso São José, o sangue
preciosíssimo que na circuncisão derramou o Redentor Menino vos transpassou o
coração; mas o nome de Jesus vô-lo reanimou, enchendo-o de contentamento.
Por esta
vossa dor e por esta vossa alegria, alcançai-nos que, sendo arrancados de nós
todos os vícios desta vida, com o nome castíssimo de Jesus no coração e nos
lábios, expiremos cheios de confiança.
Dores e Alegrias de São José
3ª Dor e Alegria: A
Circuncisão de Jesus
O
CONTEXTO: o Filho é acolhido como integrante do Povo de Deus e recebe o nome de
Jesus.
O evangelista Lucas (Lc
2,21) narra que, passados oito dias de seu nascimento, Jesus foi apresentado,
segundo a lei de Moisés, para a circuncisão e na ocasião lhe foi colocado o
nome de Jesus.
Esta cerimônia era
realizada de preferência na casa dos pais, mas podia ser feita também na
Sinagoga. Lucas não diz quem foi o ministro da circuncisão, mas segundo a
tradição esta era uma atribuição e um direito do pai. No ato da circuncisão era
pronunciada a seguinte oração: “Bendito
seja o senhor nosso Deus, que nos santificou com seus preceitos e nos deu a
circuncisão, e nos concedeu introduzir nosso filho na Aliança de Abraão, nosso
Pai”. Esse rito fundamentava-se no
pacto que Deus havia feito com Abraão. Todo filho homem do povo devia ser
circuncidado como sinal de pertença à Aliança, que implicava, da parte do povo
adorar o único Deus, andar em seus caminhos, observar a justiça e obedecer à
voz de Javé.
Jesus, então, com este
rito entrou a fazer parte do Povo eleito. Durante a celebração dava-se a nome à
criança; e para os hebreus o nome definia sempre a missão que a pessoa devia desenvolver.
E o nome de Jesus encerrava de fato toda a sua missão, pois queria dizer: O Senhor salva!
A
EXPERIÊNCIA DE JOSÉ...
A São José foi
reservado o grande privilégio de dar o nome ao Filho de Deus e ele foi, assim,
o primeiro a pronunciar o nome santíssimo de Jesus: “Quando se completaram os
oito dias para a circuncisão do menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, conforme
o chamou o anjo, antes de ser concebido. ” (Lc 2,21)
José sentiu em si a dor
do Menino no ato da circuncisão, mas sem dúvida, ao mesmo tempo, sentiu a
alegria profunda de pronunciar, pela primeira vez na história, o nome do
Salvador, nome que ao longo dos tempos seria sinal de esperança e de vida para
todos os povos.
José sentiu, também,
enorme alegria por perceber que a Aliança de Deus com o seu Povo chegava à sua
plenitude na pessoa de Jesus. Ouçamos o Papa São João Paulo II:
Sendo a circuncisão de
um filho o primeiro dever religioso do pai, José, com esta cerimônia (cf. Lc
2,21), exercitou um seu direito e dever em relação a Jesus. O princípio segundo
o qual todos os ritos do Antigo Testamento são como que a sombra da realidade
(cf. Hb 9, 9 s.; 10,1), explica o motivo por que Jesus os aceita. Como sucedeu
com os outros ritos, também o da circuncisão teve em Jesus o seu “cumprimento”.
A Aliança de Deus com Abraão, de que a circuncisão era sinal (cf. Gn 17,13),
obteve em Jesus o seu pleno efeito e a sua cabal realização, sendo Jesus o
“sim” de todas as antigas promessas (cf. 2Cor 1,20). (Redemptoris Custos 11).
José deu ao
menino, na ocasião em que o levaram a circuncidar, o nome de Jesus. Este nome é
o único em que há salvação (cf. At 4,12); e a José tinha sido revelado o seu
significado, no momento da sua “anunciação”: E tu “por-lhe-ás o nome de Jesus;
porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21). Quando lhe deu o nome, José
declarou a própria paternidade legal em relação a Jesus; e, pronunciando esse
nome, proclamou a missão deste menino, de ser o Salvador. (Redemptoris Custos 12)
CONTINUA
NOS DIAS DE HOJE.
Nossa vida é cheia de
dores espirituais, físicas, sociais. A dor é companheira do homem. Hoje, os problemas sociais são o clamor que
se levanta ao céu. O segredo para superar tudo isso é o próprio nome de Jesus.
Seu nome traz também sua presença, que é para o cristão que se abandona a ele a
força para lutar, para não desanimar, para vencer.
Mas, não estamos
sozinhos. Nosso Pai caminha conosco: “Digamos ao nosso grande Patriarca: Eis
nos todo para ti, e tu sejas todo para nós, indica-nos oh José o caminho,
sustenta-nos a cada passo, conduz-nos para onde a Divina Providência quer
que cheguemos. Seja comprido ou curto, bom ou mal o caminho, enxergue ou
não a meta com a vista humana, devagar ou depressa, contigo, oh José, estamos
certos de que sempre caminharemos bem”. (São José Marello - Carta 208 –
08/03/1891).
E NOS CONVIDA A CUIDARMOS DOS INTERESSES DE
JESUS.
Esta 3ª. Dor e Alegria
de São José nos convida a cuidar dos interesses de Jesus nos dias de hoje e
destacamos duas situações nas quais podemos nos empenhar neste sentido:
1ª) Caminhar junto ao
Povo que sofre.
Então para nós, como
para José, com o nome de Jesus nos lábios e no coração, é preciso seguir em
frente na caminhada do Reino de Deus, contribuindo com o plano de Deus para o
seu Povo, nos dias de hoje. A caminhada continua, é a nossa vez de sermos os agentes
da transformação da sociedade e do mundo, transformação esta que será tanto
mais eficaz quanto mais estivermos unidos Àquele que Salva, e que nos envia.
2ª) Estar junto e apoiar a cada “Peregrino” no momento da
morte.
A segunda parte da oração da 3ª. Dor e Alegria de São José
nos exorta ao crescimento na união com Jesus e à fidelidade até o fim de nossa
vida terrena, para então irmos com confiança ao encontro definitivo com Aquele
que salva: “Por esta vossa dor e por esta vossa alegria, alcançai-nos que, sendo
arrancados de nós todos os vícios desta vida, com o nome castíssimo de Jesus no
coração e nos lábios, expiremos cheios de confiança”. A morte de São
José, ao lado de Jesus e de Maria, ocorreu neste clima de humilde confiança que
brota no coração daquele que pode dizer: “em tuas mãos, ó Pai, entrego o meu
espírito”.
A oração das dores e
alegrias de São José querem despertar, também, em nós o mesmo ato de fé: “com o
o nome castíssimo de Jesus no coração e nos lábios, expiremos cheios de
confiança”, ao lado de Jesus, de Maria e de José. E querem despertar também o
nosso compromisso de estarmos juntos e apoiar os que estão em situação de
perigo extremo ou doença grave a prepararem-se para o “encontro” definitivo com
o Senhor. Em algumas situações isso implicará em providenciar a oportunidade de
reconciliação e participação no Sacramento da Unção dos Enfermos. Em outras
situações poderá implicar na presença amiga ou no abraço confortador, como
tantas vezes vimos no testemunho da Bem-Aventurada Teresa de Calcutá.