Ó exemplar de toda a santidade, glorioso
São José, perdestes sem culpa vossa o Menino Jesus e, para maior angústia,
tivestes de procurá-lo por três dias, até que com sumo júbilo o encontrastes no
templo entre os doutores.
Por esta vossa dor e por esta alegria,
suplicamos-vos com o coração nos lábios, de intercederdes para que nunca nos
suceda perdermos a Jesus por culpa grave. Mas, se por suma desgraça o
perdermos, fazei que com tão viva dor o procuremos, que o achemos favorável,
especialmente na nossa morte, para passarmos a gozá-lo no céu e cantarmos
eternamente convosco as suas divinas misericórdias.
7ª Dor e Alegria: O desencontro com Jesus e
o reencontro no Templo.
O
contexto: o zelo de Jesus pelas coisas do Pai . (Lc 2,43-45)
José e Maria, cumpridores fiéis da Lei, tinham o hábito de subir todos os anos a Jerusalém para as festas da Páscoa, e lá permaneciam por alguns dias, visitando o Templo e rezando.
Quando Jesus completou doze anos, eles foram segundo esse costume saudável, para a Cidade Santa. Ao terminarem os dias da festa, tomaram o caminho de regresso para Nazaré, formando uma grande caravana e confundindo-se com os outros peregrinos da região. Jesus, porém, permaneceu em Jerusalém, entre os pórticos do templo, sem que seus pais percebessem, e ali, entre os rabinos, seguia com atenção os seus ensinamentos.
É preciso salientar que Jesus não se perdeu, mas ficou ali livremente, a fim de cumprir a vontade de seu Pai. Para Ele essa façanha não foi nada difícil, pois as crianças de sua idade, durante a viagem, gostavam de andar juntas ou acompanhadas só o pai ou só a mãe, já que os homens e as mulheres caminhavam em grupos separados, encontrando-se apenas em determinados pontos preestabelecidos para descansar um pouco. E foi na primeira grande parada do caminho que deram por falta do Menino. Eles não podiam imaginar que Jesus tivesse ficado
Durante três dias, José o procurou, ao lado de Maria, na cidade caótica, como são todos os grandes centros, e ainda fervilhando de peregrinos e estrangeiros. Foram três dias de preocupações misturadas com ansiedade e temor, até que uma alegria inefável lhe veio inundar o coração: Jesus estava no Templo, no meio dos doutores da Lei, provocando, com sua pouca idade, grande pasmo e admiração nos mestres de Israel, “admirados com sua inteligência e suas respostas”.
A EXPERIÊNCIA DE JOSÉ.
José, o humilde carpinteiro de Nazaré, contemplava aquele espetáculo inexplicável sem nada pode dizer. Simplesmente, era seu Filho que estava ali, falando com os sacerdotes e os doutores do Templo, os altos dignitários de Israel.
A angústia de José
durante as horas da procura em muito foram superadas pela alegria após o
reencontro com Jesus, pois José percebe que seu Filho já começa a assumir o
compromisso com as “coisas do Pai”.
Outra causa de grande
alegria para São José foi a seqüência das ações de Jesus: mesmo sabendo-se
Filho do Pai e vocacionado a uma missão muito importante, Jesus retorna com
seus pais para Nazaré e ali permanece, aprendendo com José e Maria, até que se
complete a “plenitude dos tempos”.
CONTINUA
NOS DIAS DE HOJE.
Desde o instante em que
o Anjo revelou a José sua missão, sua vida transformou-se num serviço
incondicional aos planos de Deus a seu respeito. Também cada um de nós, que
somos seus devotos e chamados a imitá-los, deve consagrar sem reserva todas as
atividades de sua vida ao serviço de Nosso Senhor, no cumprimento fiel da
vontade de Deus.
A alegria do pai ao constatar que seu filho já sabe que tem outro Pai é uma experiência marcante e consoladora: e São José pode experimentá-la. Como todo bom pai, José se alegra pela descoberta do seu filho, de que é Filho do Pai Eterno. O filho que se descobre “Filho” (Filho de Deus) no Filho (Jesus) sempre é causa de alegria para seu pai. O Guarda do Redentor alegra-se imensamente ao ver as profecias se cumprindo e Jesus assumindo sua missão.
Que São José seja também nosso modelo em alegrar-se pelas descobertas e experiências do “outro” com Deus. Ao perceber que o adolescente Jesus começa a tomar consciência de sua missão e a crescer no relacionamento com o Pai, São José não se sente diminuído, mas alegra-se. Alguns anos antes de João Batista, São José pode dizer em seu coração e partilhar com Maria: “importa que Ele cresça e eu diminua”.
E NOS CONVIDA A CUIDAR DOS INTERESSES DE JESUS.
José foi o primeiro a cuidar dos interesses de Jesus:
“José foi o primeiro sobre a terra a cuidar dos interesses de Jesus. Ele cuidou dele desde a infância, o protegeu quando jovem e cumpriu a missão de pai nos primeiros trinta anos de sua vida terrestre”. (São José Marello).
E, ainda hoje continua cuidando dos interesses de Jesus. Não estamos sozinhos: Ele caminha conosco, orienta-nos e sustenta-nos na caminhada.
“Eis-nos todos para Ti e Tu sejas tudo para nós. Ensina-nos o caminho, sustenta-nos em cada passo, conduz-nos onde a Divina Providência quer que cheguemos, seja longo ou breve o caminho, fácil ou difícil, vejamos ou não a meta. Depressa ou devagar, contigo estamos certos de estar sempre bem”. (São José Marello).
“Alegremo-nos por sermos protegidos por São José, o qual é tão poderoso
junto a Jesus, que não sabe negar-lhe nada. Jesus sobre esta terra somente deu
tudo continuamente sem receber nada de ninguém; somente de Maria e de José
recebeu tantos préstimos. Agora Ele gosta de retribuir no céu os serviços que
recebeu na terra e por isso concede a São José tudo quanto ele pede. E São
José, o qual não precisa de mais nada para si, pede e recebe para nós, que
somos seus clientes afeiçoados e devotos”. (São José Marello)
Alegremo-nos
de sermos protegidos por São José. Mas que isso: por sermos seus Filhos amados.
São
José, como todo Bom Pai, com certeza, alegra-se ao ver o nosso crescimento no
discipulado e no seguimento de Jesus.