2 Oração
Inicial
3 Tema
do Mês
José, o Educador
que merece nosso reconhecimento e devoção.
O crescimento de Jesus
“em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc 2,52), deu-se no âmbito da
Sagrada Família, sob o olhar de São José, que tinha a alta função de o “criar”;
ou seja, de alimentar, vestir e instruir Jesus na Lei e num ofício, em
conformidade com os deveres estabelecidos para o pai.
(Papa
João Paulo II - Redemptoris Custos 16)
Para compreendermos
melhor o modo como São José desempenhou a sua missão de proteger e acompanhar
Jesus em seu crescimento, vejamos as palavras do Papa Francisco:
Hoje, 19 de Março
(2014), celebramos a festa solene de São José, Esposo de Maria e Padroeiro da
Igreja universal. Por conseguinte, dedicamos esta catequese a ele, que merece
todo o nosso reconhecimento e a nossa devoção, pelo modo como ele soube proteger a
Virgem Santa e o Filho Jesus. O ser guardião é a
característica de são José: é a sua grande missão, ser guardião, como eu
recordava precisamente há um ano.
Hoje, gostaria de
retomar o tema da proteção, a partir de uma perspectiva particular: a
perspectiva da educação. Olhemos para José como o modelo do
educador, que protege e acompanha Jesus no seu caminho de crescimento,
«em sabedoria, idade e graça», como reza o Evangelho de Lucas (2, 52). Ele
era o pai de Jesus: o pai de Jesus era Deus, mas ele desempenhava o papel de
pai de Jesus, era pai de Jesus para fazê-lo crescer. E como o fez crescer? Em
sabedoria, idade e graça. E podemos procurar utilizar precisamente estas três
palavras — sabedoria, idade e graça — como uma base para a nossa reflexão.
Comecemos pela idade,
que constitui a dimensão mais natural, o crescimento físico e psicológico.
Juntamente com Maria, José cuidava de Jesus antes de tudo a partir deste ponto
de vista, ou seja, «criou-o», preocupando-se a fim de que não lhe faltasse o
necessário para um desenvolvimento sadio. Não esqueçamos que a tutela cheia de
esmero da vida do Menino comportou também a fuga para o Egito, a dura
experiência de viver como refugiados — José foi um refugiado, juntamente com Maria e Jesus — para fugir da ameaça de Herodes.
Depois, quando voltaram para a pátria, estabelecendo-se em Nazaré, há outro
período da vida escondida de Jesus na sua família, no seio da Sagrada Família.
Naqueles anos, José ensinou a Jesus também o seu trabalho, e Jesus aprendeu a
profissão de carpinteiro, juntamente com o seu pai José. Foi assim que José
educou Jesus, a tal ponto que, quando era adulto, lhe chamavam «o filho do
carpinteiro» (Mt 13, 55).
Passemos à segunda
dimensão da educação de Jesus, a da «sabedoria». Diz a Escritura que o
princípio da sabedoria é o temor do Senhor (cf. Pr 1, 7; Eclo 1,
14). Temor não tanto no sentido de medo, mas de respeito sagrado, de adoração e
de obediência à sua vontade, que procura sempre o nosso bem. José foi para
Jesus exemplo e mestre desta sabedoria, que se alimenta da
Palavra de Deus. Podemos pensar no modo como José educou o pequeno Jesus a
ouvir as Sagradas Escrituras, principalmente acompanhando-o aos sábados à
sinagoga de Nazaré. E José acompanhava-o para que Jesus ouvisse a Palavra de
Deus na sinagoga. E a prova da escuta profunda de Jesus em relação a Deus, José
e Maria tiveram-na — de uma maneira que os surpreendeu — quando ele, com doze
anos, permaneceu no templo de Jerusalém sem que eles o soubessem; e
encontraram-no depois de três dias, enquanto dialogava com os doutores da lei,
os quais ficaram admirados com a sua sabedoria. Eis: Jesus está
repleto de sabedoria, porque é o Filho de Deus, mas o Pai celeste valeu-se da
colaboração de são José, a fim de que o seu Filho pudesse crescer «cheio de
sabedoria» (Lc 2, 40).
E por fim, a dimensão
da «graça». Diz ainda São Lucas, referindo-se a Jesus: «A graça de Deus
estava sobre Ele» (2, 40). Aqui, certamente a parte reservada a são José é mais
limitada do que aos âmbitos da idade e da sabedoria. Todavia, seria um erro
grave pensar que um pai e uma mãe nada podem fazer para educar os filhos a
crescer na graça de Deus. Crescer em idade, crescer em sabedoria, crescer em
graça: este é o trabalho que José levou a cabo em relação a Jesus: fazê-lo
crescer nestas três dimensões, ajudá-lo a crescer. José fê-lo de um modo
verdadeiramente único, insuperável. Com efeito, ele tinha desposado a mulher
«cheia de graça» (Lc 1, 28), e sabia bem que Jesus tinha sido
concebido por obra do Espírito Santo. Portanto, neste campo da graça, a sua
obra educativa consistia em secundar a obra do Espírito no coração e na vida de
Jesus, em sintonia com Nossa Senhora. Este âmbito educativo é o mais específico
da fé, da oração, da adoração e da aceitação da vontade de Deus e do seu
desígnio. Também e sobretudo nesta dimensão da graça, José educou Jesus
primariamente com o exemplo: o exemplo de um «homem justo» (Mt 1,
19), que se deixa sempre guiar pela fé, e sabe que a salvação não deriva da
observância da lei, mas da graça de Deus, do seu amor e da sua fidelidade.
Convém notar, também,
que na educação de Jesus teve um papel fundamental a escuta da Palavra e o
testemunho de seus pais, que permitiram a Jesus perceber que Palavra e Vida
podem e devem apoiar-se mutuamente. Vejamos um pouco da narração do dia a dia
da Família de Nazaré:
Como qualquer criança de seu tempo, Jesus
queria crescer, e por isso observava com atenção o comportamento do pai e da
mãe e se espelhava nos seus exemplos para tornar-se como eles. Será um aluno
atento na carpintaria como esmero e manejo da serra e as pancadas certeiras do
martelo. Sentir-se-á feliz aos sábados, ao deixar a labuta da oficina ou os
bancos da escola para acompanhar o pai à sinagoga, ficará admirado ao seguir
com atenção seus gestos e suas inclinações na casa de oração, sentira orgulho dele
ao vê-lo encaminhar-se para frente na sinagoga, pegar o pergaminho da palavra
de Deus nas mãos e proclamar em voz alta e altissonante a todos os presentes a palavra do Senhor.
Será no convívio com os pais que aprenderá
o que é necessário para a vida, mas será também na sinagoga, lugar rico em
ensinamentos, que irá entender muitas coisas. Atraído por sua curiosidade de
criança, saberá que a pequena lâmpada, sempre acesa diante do armário que
guarda sigilosamente os pergaminhos da Sagrada Escritura, simboliza a luz da
lei divina ali presente que ilumina todos os homens. Será na frequência à
sinagoga que compreenderá que as estrelas de seis pontas significam o emblema
do seu antepassado Davi, o grande rei que escreveu salmos belíssimos, muitos
dos quais já sabia de cor, pois tinha aprendido em casa nos joelhos de Maria,
sua mãe, ou na companhia do pai na
carpintaria.
Será na sua família, pequena escola de
Nazaré, que Jesus aprenderá a rezar e santificar o dia elevando o pensamento a
Deus com as orações costumeiras do israelita. José e Maria, cientes da educação
devida ao filho, não se limitarão a transmitir ensinamentos a Jesus apenas em
casa, mas seguramente o encaminharão todos os dias a uma escola sinagogal, onde
terá como livro os textos sagrados e como professor um rabi. Na escola
aprenderá a recitar em voz alta o Shemá, a fórmula fundamental da fé do seu
povo, assim como aprenderá longos trechos do Pentateuco. Em casa, aos poucos,
entenderá os episódios, da história do seu povo, e como toda criança começará a
amar os seus heróis estudados nos textos sagrados, como os Profetas, o poderoso
José do Egito, Moisés o grande libertador e líder que conduziu o povo da
escravidão do Egito pelo deserto por quarenta anos até a terra prometida, e Davi, que na sua simplicidade
abateu o gigante Golias... (Pe. José Antônio Bertolin, OSJ - Curso de Josefologia –
Capítulo 10).
São José, que mereceis todo o
nosso reconhecimento e a nossa devoção, rogai por nós!
4 Reflexão
e Partilha
Partilhar sobre a exortação do Papa Francisco:
“Olhemos para José como o modelo do
educador, que protege e acompanha Jesus no seu caminho de crescimento,
«em sabedoria, idade e graça», como reza o Evangelho de Lucas (2, 52). Ele
era o pai de Jesus: o pai de Jesus era Deus, mas ele desempenhava o papel de
pai de Jesus, era pai de Jesus para o fazer crescer. E como o fez crescer? Em
sabedoria, idade e graça.”
5 Compromisso do Mês
- Praticar a Leitura
Orante da Palavra de Deus e invocar a presença amiga de São José para o melhor
proveito da leitura.
6
Oração Final