4 Oração Inicial
3 Tema do Mês
A Sagrada Família e a virtude da laboriosidade.
O crescimento de Jesus “em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc
2,52), deu-se no âmbito da Sagrada Família, sob o olhar de São José, que tinha
a alta função de o “criar”; ou seja, de alimentar, vestir e instruir Jesus na
Lei e num ofício, em conformidade com os deveres estabelecidos para o pai. Por
sua parte, Jesus “era-lhes submisso” (Lc 2,51), correspondendo
com o respeito às atenções dos seus “pais”. Dessa forma quis santificar os
deveres da família e do trabalho, que ele próprio executava ao lado de José. (São João Paulo II, Papa, Exortação Apostólica Redemptoris Custos, 16)
A Sagrada Família
constitui-se um notável exemplo de simplicidade. Como disse São José Marello:
“Os grandes santos atingiram sua santidade não tanto por pela prática de
virtudes extraordinárias, para as quais as ocasiões são muito raras, mas com os
atos repetidos e incessantes das pequenas virtudes”. Vejamos:
O grão de mostarda é considerado a menor das sementes semeadas na
horta, e no entanto, ela se desenvolve a ponto de se tornar uma grande e bela
árvore. Por esta razão ela representa bem as pequenas virtudes, as quais podem
produzir uma grande santidade. De fato, os grandes santos atingiram sua
santidade não tanto por pela prática de virtudes extraordinárias, para as quais
as ocasiões são muito raras, mas com os atos repetidos e incessantes das
pequenas virtudes. Assim, São José não fez coisas extraordinárias; mas
com a prática constante de virtudes ordinárias e comuns atingiu aquela
santidade que o eleva muito além de todos os outros santos. Também Jesus não
realizou sempre atos extraordinários e heróicos, como o afastamento da mãe e a
morte de cruz. Mas quantos atos de virtude Ele fez e quanto mereceu! (São José
Marello).
Aprendamos com São José Marello
que “a prática constante” de “virtudes ordinárias e comuns”, é capaz de produzir
no ambiente familiar, no mundo do trabalho e em nossas comunidades, resultados
surpreendentes. Mas, quais são estas virtudes? Entre tantas, o Papa Bento XVI
destacou três virtudes da Sagrada Família que devem ser cultivadas para que
tenhamos famílias realizadas e felizes. Vejamos:
"Para ajudar
as famílias, vos exorto a propor-lhes, com convicção, as virtudes da Sagrada
Família: a oração, pedra angular de todo lar fiel à sua própria identidade e
missão; a laboriosidade, eixo de todo o matrimônio maduro e responsável; o
silêncio, cimento de toda a atividade livre e eficaz. Desse modo, encorajo os
vossos sacerdotes e os centros pastorais das vossas dioceses a acompanhar as
famílias, para que não sejam iludidas e seduzidas por certos estilos de vida
relativistas, que as produções cinematográficas e televisivas e outros meios de
informação promovem" (Papa Bento
XVI, 25/09/2009)
Mas, como podemos definir a virtude da laboriosidade? Segundo um olhar
simplesmente humano, podemos afirmar que a laboriosidade é virtude de realizar uma
tarefa, trabalhando muito e com dedicação. O sentido cristão de laboriosidade,
entretanto é bem mais rico: “trata-se, em última análise, da santificação da
vida quotidiana” e de um modo “humilde e maduro de servir”, como ensinou o Papa
Santo João Paulo II.
Nesta Semente Josefina não nos deteremos em explicações e análises, mas em
olhar para o exemplo da Sagrada Família e aprender com eles. Como afirmou o Papa Bento XVI, a laboriosidade
é o eixo de todo o matrimônio maduro e responsável. E assim aconteceu com a
Sagrada Família. Vejamos alguns ensinamentos que nos ajudarão a entender melhor
esta importante virtude:
Ø Cuidemos de
santificar as pequenas coisas: um pequeno ato de paciência ou de
caridade, acompanhado de reta intenção, adquire um imenso valor aos olhos
de Deus. São José não fez coisas extraordinárias; mas com a prática
constante de virtudes ordinárias e comuns atingiu aquela santidade que o
eleva muito além de todos os outros santos. (São José Marello)
Ø Admiremos a diligência de Maria nas Bodas de Caná: ela está toda atenta
em cuidar para que tudo corra bem, que todos sejam bem servidos e bem atendidos
e não falte nada a ninguém. Esta amorosa atenção de Maria é imagem de seu
cuidado espiritual com que ele vela sobre nossas almas para descobrir as
necessidades e faltas e providenciar a tempo. (São José Marello)
Ø O crescimento de Jesus “em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc
2,52), deu-se no âmbito da Sagrada Família, sob o olhar de São José, que tinha
a alta função de o “criar”; ou seja, de alimentar, vestir e instruir Jesus na
Lei e num ofício, em conformidade com os deveres estabelecidos para o pai. No
Sacrifício eucarístico a Igreja venera “a memória da gloriosa sempre
Virgem Maria ... e também a de São José”, porque foi quem “sustentou
Aquele que os fiéis deviam comer como Pão de vida eterna”. Por sua parte,
Jesus “era-lhes submisso” (Lc 2,51), correspondendo com o
respeito às atenções dos seus “pais”. Dessa forma quis santificar os deveres da
família e do trabalho, que ele próprio executava ao lado de José. (São João
Paulo II)
Ø A expressão quotidiana deste amor na vida da
Família de Nazaré é o trabalho. O texto evangélico especifica o tipo de
trabalho, mediante o qual José procurava garantir a sustentação da Família: o
trabalho de carpinteiro. Esta simples palavra envolve toda a extensão da vida
de José. (São João Paulo II)
Ø No crescimento humano de Jesus “em sabedoria, em estatura e em
graça” teve uma parte notável a virtude da laboriosidade, dado que “o
trabalho é um bem do homem”, que “transforma a natureza” e
torna o homem, “em certo sentido, mais homem”. (São João Paulo II)
Ø Trata-se, em última análise, da santificação da vida quotidiana, no que
cada pessoa deve empenhar-se, segundo o próprio estado, e que pode ser proposta
apontando para um modelo acessível a todos: “São José é o modelo dos
humildes, que o Cristianismo enaltece para grandes destinos; ... é a prova de
que para ser bons e autênticos seguidores de Cristo não se necessitam ‘grandes
coisas’, mas requerem-se somente virtudes comuns, humanas, simples e
autênticas”. (São João Paulo II)
Ø “A
figura de São José nos remete à dignidade e importância do trabalho, pois foi
com seu pai adotivo que Jesus aprendeu a trabalhar. De fato, o trabalho enche o
homem de dignidade e, em certo sentido, o assemelha a Deus que, como se lê na
Bíblia, “trabalha sempre” (cf. Jo 5,17). Isso nos leva a pensar em tantas
pessoas que se encontram desempregadas, muitas vezes por causa de uma concepção
econômica que busca somente o lucro egoísta. Também São José teve de enfrentar
momentos difíceis, saindo vencedor pela confiança em Deus que nunca nos
abandona. (Papa Francisco, 01/05/2013).
Ø “Se, às semelhanças do grande Patriarca São
José você tivesse que servir Jesus nos trabalhos modestos e inferiores ao de
São Pedro pensaria que o humilde Guarda de Jesus está mais alto no Céu que o
grande apóstolo”. (São José Marello)
4 Reflexão e Partilha
Partilhar sobre as palavras do Papa João Paulo II:
Trata-se, em última análise, da santificação da
vida quotidiana, no que cada pessoa deve empenhar-se, segundo o próprio estado,
e que pode ser proposta apontando para um modelo acessível a todos: “São
José é o modelo dos humildes, que o Cristianismo enaltece para grandes
destinos; ... é a prova de que para ser bons e autênticos seguidores de Cristo
não se necessitam ‘grandes coisas’, mas requerem-se somente virtudes comuns,
humanas, simples e autênticas”.
5 Compromisso do Mês
Exercitar-se na prática da laboriosidade, consagrando nossos trabalhos à Sagrada Família e exercendo-os com caridade e em espírito de oração.