São José, Pai Afetivo e Educador de Jesus (Semente Josefina - Setembro 2010)

1 Acolhida

2 Oração Inicial

3 Tema do Mês

São José, Pai Afetivo e Educador de Jesus

“O Senhor encontrou José segundo o seu coração e lhe confiou com plena segurança o mais misterioso segredo do seu coração. A ele desvelou a obscuridade e os segredos de sua sabedoria... aquilo que numerosos reis e profetas desejavam escutar e não ouviram, foi concedido a São José, que não apenas o viu e o ouviu, o abraçou, o beijou, o alimentou e dele cuidou”
(São Bernardo)


O Papa João Paulo II explica na Exortação Apostólica Redemptoris Custos que Deus escolheu José como Esposo de Maria e Pai de Jesus.

Como se deduz dos textos evangélicos, o matrimônio com Maria é o fundamento jurídico da paternidade de José. Foi para garantir a proteção paterna a Jesus que Deus escolheu José como esposo de Maria. Por conseguinte, a paternidade de José - uma relação que o coloca o mais perto possível de Cristo, termo de toda e qualquer eleição e predestinação (cf. Rm 8,28-29) - passa através do matrimônio com Maria, ou seja, através da família. (Redemptoris Custos – 7)

José e Maria proporcionaram a Jesus uma experiência rica e que o marcou para toda a vida: a alegria de sentir-se amado afetivamente por seus pais. Como disse São Bernardo: “José não apenas o viu e o ouviu, o abraçou, o beijou, o alimentou e dele cuidou”.

Por isso, o título de “Pai Efetivo e Educador de Jesus”, é o reconhecimento de o quanto foi importante na formação humana de Jesus ter recebido não apenas a educação, mas também o carinho de seus pais.

No texto que transcrevemos a seguir descreve esta relação afetiva de São José com Jesus e como isso foi marcante em sua formação e para o êxito de sua missão.

Jesus na agonia do Getsemâni dirigiu-se ao Pai com a palavra “Abba”, conforme nos relata Marcos (14-36), ou seja, com a mesma forma aramaica com que as crianças se dirigiam aos seus pais; fórmula esta que eqüivale ao nosso “papai”, e que Jesus a utilizou em seu âmbito familiar para com José, pois de fato a própria sua mãe testemunha isso quando disse-lhe: “Teu pai e eu estávamos angustiados à tua procura” (Lc 2,48). São José, foi portanto, na terra, o único homem afortunado de ter a singularíssima honra de condividir com Deus Pai, a idêntica inovação filial de Jesus.

José acolheu Jesus na sua casa, não apenas juridicamente, mas muito mais o acolheu afetivamente, considerando-o e amando-o como Filho. Os sentimentos de José para com Jesus são expressões genuínas de um amor autenticamente paterno, pois José exerceu para com ele a função de pai convivendo com ele, abraçando-o beijando-o e nutrindo-o com paterno afeto (Pio IX, Decreto Quamdmodum Deus). “Ele teve para com Jesus por um especial dom celeste, todo o amor natural, toda a afetuosa solicitude, que um coração de pai possa conhecer”, afirmava ainda Pio IX em 1954, num discurso aos alunos católicos dos Estados Unidos.

Jesus foi verdadeiramente amado dentro de sua família, não sofreu o sofrimento psicológico de falta de afeto, e nem se sentiu um estranho, mas gozou de todas as vantagens dentro de sua virtuosa família.

O Papa Paulo VI ressalta sobretudo a caridade de São José no fato que ele soube amar Jesus em sua família com a oferta da própria vida: “A vida de José não teve outro sentido ou razão que aquela do serviço ao Menino, ao qual era confiada a Redenção. Ele colocou à disposição dos desígnios de Deus a sua liberdade, a sua legítima vocação humana, a sua felicidade conjugal, aceitando da família a condição, a responsabilidade e o peso, e renunciando por um incomparável virgíneo amor, ao natural amor conjugal que a constitui e a alimenta, para oferecer assim com sacrifício, toda a sua existência às imponderáveis exigências da vinda do Messias” (Allocuzione de 19/03/1969).

O amor de José por Jesus foi, portanto um amor sem reservas, foi um amor traduzido em generosidade, sacrifício, serviço, dom de todo a sua pessoa; um amor que só em Maria encontrou um modelo. Assim sendo, a pessoa de São José, a devoção a ele, é-nos um convite para amar Jesus com todo afeto do nosso coração, mas é também e sobretudo um convite ao serviço incondicional à vontade de Deus.

A função educativa de José sobre Jesus é um aspecto de sua paternidade nem sempre lembrado. A psicologia ensina que a pessoa recebe as influências do ambiente em que vive e das pessoas com as quais convive. Ciente desta verdade o Papa Paulo VI soube colher muito bem este aspecto, vendo refletido nas atitudes de Jesus a longa partilha de vida que ele teve com José na Carpintaria de Nazaré, e na sua família, juntamente com Maria. Por isso ele afirma: “São José é o tipo de evangelho que Jesus, ao deixar a pequena oficina de Nazaré, e ao iniciar a sua missão de profeta e de mestre, anunciará como programa para a redenção da humanidade” (Allocuzzione de 19/3/1969). Isto significa que o tipo de “homem novo” anunciado por Jesus, foi formado na sua mente humana durante os muitos anos em que passou ao lado de José, correspondendo àquele modelo concreto que ele sempre tinha diante de si.


É evidente que a contínua presença deste homem sério e virtuoso influiu positivamente em Jesus. O Verbo de Deus teve o conhecimento experimental dos valores de José e de Maria através desta convivência diária em sua família de Nazaré. José e Maria não podiam não ser para Jesus os modelos mais perfeitos, os quais ele os tinha como pais e que os aceitava como educadores e mestres para si.

(Pe. José Antônio Bertloin, OSJ - A Paternidade Afetiva e Educativa de Jesus - Curso de Josefologia – Parte 2 – Capítulo 21)

Aos formadores e educadores o exemplo de São José testemunha, pois, como é importante a complementaridade entre a educação intelectual e a afetiva dos alunos e formandos a eles confiados.

Aos pais, os quais têm a vocação da missão de educar seus filhos, São José testemunha que não basta o empenho pelo sustento e pelo provimento dos recursos materiais para a família: os filhos precisam bem mais que isso. Precisam perceber que são amados – efetivamente e afetivamente – por seus pais.


4 Reflexão e Partilha

Partilhar sobre a exortação do Pe. Bertolin, OSJ:

“O amor de José por Jesus foi, portanto um amor sem reservas, foi um amor traduzido em generosidade, sacrifício, serviço, dom de todo a sua pessoa; um amor que só em Maria encontrou um modelo. Assim sendo, a pessoa de São José, a devoção a ele, é-nos um convite para amar Jesus com todo afeto do nosso coração, mas é também e sobretudo um convite ao serviço incondicional à vontade de Deus.”

5 Compromisso do Mês

- Renovar a confiança na proteção de São José estendida a todos os que se confiam à sua guarda, rezando diariamente a seguinte oração, composta por São Clemente, ou outra de semelhante sentido:

São José, ó meu terno Pai, ponho-me sob a vossa proteção;
considerai-me como vosso filho e preservei-me de todo o pecado.
Lanço-me aos vossos braços para que me acompanheis no caminho da virtude,
e me assistais na hora da morte.
Jesus, Maria e José, eu vos dou o meu coração e minha alma.
Jesus. Maria e José, assisti-me na última agonia.
Jesus, Maria e José, expire em paz entre vós a minha alma.
Amém.

6 Oração Final